Mitt Romney será o adversário de Obama

Ontem à noite, com vitória nas primárias de cinco estados, foi confirmada a nomeação de Romney, como candidato à presidência pelo partido Republicano. Mesmo antes dos resultados ele já discursou, como adversário oficial do atual presidente americano, do partido Democrata, Barack Obama.

Falando para uma multidão de simpatizantes, em New Hampshire, afirmou: “Os últimos anos têm sido o melhor que Obama pode fazer, mas não o melhor que a América pode fazer” (huffingtonpost.com).

Obama fez campanha na Carolina do Norte e Colorado realçando que foram criados 4 milhões de novos empregos nos últimos dois anos, e as demais conquistas para o povo norte-americano, durante a crise.

A seis meses da eleição, está evidente pelas pesquisas de opinião que a economia será, de longe, o principal tema de ambas campanhas.

Se por um lado Obama ganhou a eleição em 2008, em meio à pior recessão econômica dos últimos tempos, maior talvez que a Grande Depressão de 1929, e por outro, o crescimento da atividade econômica e a diminuição do desemprego têm evoluído, porém lentamente, embora os preços, no mercado imobiliário, continuam a cair, em algumas áreas do país.

Mitt Romney já sinalizou em seus discursos que tentará descaracterizar os avanços na economia do governo Obama, e também atacar seu adversário pessoalmente, em seus dados biográficos.

Romney não deixará de cumprir a agenda republicana nas campanhas eleitorais, ou seja, atacar os democratas, como criadores de impostos, colocá-los contra as igrejas, mencionando temas como aborto, casamento gay, etc., e não deixará de realçar a falta de patriotismo, em relação aos veteranos de guerra.

Por sua vez, Obama deverá manter a linha mestra da agenda democrata, além que enaltecer os sucessos econômicos e sociais que já obteve, em meio à turbulência da crise internacional, não deixará de cobrar maior atenção aos mais pobres e às minorias raciais, bem como aos grupos discriminados. Os hispânicos hoje representam uma grande fatia do bolo eleitoral.

Obama ainda tem consciência de obstáculos importantes para a eleição de novembro próximo.

Em 2008 Obama tinha a seu favor um cabo eleitoral que fez a diferença: George W. Bush, o grande criador de guerras e desgraças para as famílias norte-americanas, além de péssimo segundo mandato, para o qual só se elegeu graças ao “11 de Setembro”, além de várias acusações de corrupção. Porém hoje estes fatos já estão distantes, na memória do povo.

As pesquisas de opinião apontam para uma disputa acirrada, e atualmente com uma leve vantagem para o presidente, mas sem dúvida, as propostas para melhorar a economia e o desemprego farão a diferença.

2 comentários

  1. Débora Souza

    Washington, 24 abr (EFE).- O aspirante republicano à Presidência dos Estados Unidos Mitt Romney viveu nesta terça-feira um doce momento ao vencer as primárias em todos os cinco estados que votaram nessa jornada, e aproveitou a ocasião para entrar oficialmente em campanha contra Barack Obama.

    “Um país melhor começa hoje”, declarou Romney a seus seguidores em Manchester (New Hampshire), enquanto continuava a apuração que finalmente confirmou sua vitória nas primárias de Nova York, Pensilvânia, Connecticut, Rhode Island e Delaware.

    Embora Romney já tenha falado como o candidato oficioso dos republicanos quando seu principal rival, Rick Santorum, apresentou sua renúncia há duas semanas, a quíntupla vitória desta noite representou um importante passo para assegurar matematicamente sua nomeação, mas isso não acontecerá até a Convenção Nacional de agosto em Tampa (Flórida).

    Os cinco estados que votaram nesta terça-feira, distribuídos pelo nordeste do país e onde predominam os republicanos moderados, se ajustavam ao perfil de Romney, que esperava poucas surpresas em primárias que repartirão 231 delegados.

    O ex-governador de Massachusetts ganhou com mais de 50% dos votos em todos os estados, sem que seus dois rivais em disputa, Newt Gingrich e Ron Paul, tenham somado mais de 30% em algum deles.

    Talvez por isso, perante dezenas de simpatizantes em New Hampshire, Romney tenha declarado o fim formal da corrida republicana e lançado oficialmente sua campanha para as eleições de novembro, em discurso repleto de ataques ao presidente Barack Obama.

    “Após 43 primárias e caucus, muitos longos dias e várias longas noites, posso dizer com confiança e gratidão que vocês me deram uma grande honra e uma solene responsabilidade. Juntos, vamos ganhar em 6 de novembro”, disse o candidato.

    Romney assegurou que Obama carece de “conquistas” a promover, pelo que fará, segundo ele, “uma campanha baseada em distrações e distorções”.

    “Esse tipo de campanha poderia ter funcionado em outro lugar e em outro tempo. Mas não aqui, e não agora. A prioridade continua sendo a economia. E não somos estúpidos”, acrescentou.

    Romney defendeu um país “onde a classe média cresça e a qualidade de vida suba; onde as crianças sejam mais bem-sucedidas que seus pais e os demais lhes felicitem por isso, em vez de atacá-los”.

    Para dar forma a sua campanha como provável candidato à Presidência, Romney tem prevista na quarta e na quinta-feira uma série de atos de arrecadação de fundos em Nova York e Nova Jersey, e se encontrará em 4 de maio com Santorum, uma reunião que gerou especulações sobre o possível apoio de seu antigo rival.

    Perguntado nesta terça-feira se apoia formalmente o favorito na corrida, Santorum respondeu que está “muito claro que ele será o nomeado pelos republicanos”, e assegurou que respaldará o candidato escolhido na convenção de agosto.

    Sua esposa, Karen, se apressou a ressaltar que essa resposta não equivalia a um apoio formal, pelo menos “por enquanto”.

    Gingrich, por sua vez, cancelou um encontro com a imprensa após não alcançar os resultados esperados em Delaware, onde acreditava poder infligir um sólido golpe a Romney, mas teve de conformar-se com 27% dos votos, contra 56% do favorito.

    A campanha de Gingrich anunciou que está avaliando suas chances e que tomará uma decisão sobre a continuidade de sua campanha nos próximos dias, baseando-se em parte no resultado de Delaware.

    No entanto, em discurso perante seus simpatizantes na Carolina do Norte, Gingrich assegurou que manterá todos os atos de campanha programados para esta semana no estado e, em declarações aos jornalistas pouco depois, indicou que não fará nenhum anúncio “antes de domingo”.

    Dos estados que votaram nesta terça, Nova York será o que distribuirá mais delegados, 95 ao todo; seguido da Pensilvânia, com 72; Connecticut, com 28; Rhode Island, com 19, e Delaware, com 17.

    Segundo as principais projeções, Romney conta até agora com 695 dos 1.144 delegados necessários para assegurar a nomeação republicana.

    Seu êxito à hora de alcançar esse número dependerá das alianças que formará e dos 14 estados que ainda não votaram. Os próximos a comparecer às urnas serão Indiana, Carolina do Norte e Virgínia Ocidental, em 8 de maio.

  2. alfredo platinetty

    É, sem dúvida, será uma disputa acirradíssima, como têm sido as últimas eleições neste país quase simetricamente dividido…
    A mim preocupa o fato de que o partido Republicano, de natureza xenófoba e onipotente, tem como seus eleitores, os aqui chamados de “bumpkins” (equivalente ao “pai-do-mato” do meu tempo de criança) – que só tem força, coletiva, na revolta ou nas eleições, e procura estar presente, maciçamente, em uma ou em outra, nem que seja só pelos ‘quinze minutos de fama’ do Andy Wahrol…
    E, em tempos de guerra nas estrelas, o John Wayne e a cavalaria não só não ajudam, como atrapalham – e muito! – qualquer negociação pra resolver conflito de interesse entre os povos, aqui de dentro ou lá de fora!
    Se o GOP (“Good Old Party”, o ‘Bom Velho Partido’, em tradução literal) sair vitorioso, deverá impor, direta e/ou indiretamente, ainda mais sacrifício à classe média americana, a qual parece entender, aos contrário dos “bumpkins” acima descritos, que hoje, mais do que nunca, nunca estivemos tão – bem ou mal – acompanhados .
    Pra ilustrar o nível do que vem por aí, o Obama de agora, ainda com ‘problemas na certidão de nascimento’, também ‘comia muito cachorro quando era criança na Indonésia’! (Ainda bem que eu só comia terra…)
    Minha esperança é que as mulheres dos não-mórmons e os latinos atrapalhem os planos do Romney…

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