Ontem, Dia do Trabalho na maior parte do mundo exceto nos Estados Unidos – que insistem em ser diferentes no que podem – me chamou a atenção, apesar de todo o barulho dos protestos em toda parte, o que disse um daqueles deputados brasileiros adeptos da ‘alopração’. Agora não consigo lembrar o seu nome, porque o daqueles personagens do nosso saudoso Chico Anísio – o ‘Justo Veríssimo’ e o ‘Walfrido Canaviera’ – estão bloqueando a minha memória, e, afinal, politicos desse tipo podem ser chamados todos pelo mesmo nome…
Pois bem… O ‘nobre, nobilíssimo’ deputado questionava a necessidade de saber inglês pra estar como presidente na ‘Comissão de Relações Exteriores’, baseando-se no fato de que pra presidente do Brasil não precisava, referindo-se diretamente ao Lula (ah, os bons exemplos!).
Isso me levou de volta às minhas aulas de inglês, no Brasil e no English Language Institute da UF, quando constatávamos, os alunos e eu, na diversidade das salas de aula, que, na comunicação eficaz em qualquer idioma é preciso conhecer também as nuances culturais envolvidas, coisa que nenhum ‘Rosetta Stone’ pode oferecer, pra sorte dos bons professores…
Aprendi, via experiência pessoal de alguns anos no exterior, que andar nas ruas (em passeatas ou não), ir ao supermercado, pagar as contas, usufruir dos serviços públicos ou privados, ajustar-se, enfim, às diferenças e até aos pares, dividindo as mesmas necessidades da vida ordinária e real, complementa, extraordinariamente, o que os livros de idioma ensinam – e isso vale também pra língua nativa!
Pouca coisa é mais reveladora sobre indivíduo e povo do que os bares das pequenas cidades, daqui ou de lá… Ou do que tomar um café da manhã num ‘Starbucks’ nos USA… Ou do que passear num ‘mercadão’ ou nas feiras de sábado no Brasil…
Recomendo essa experiência aos interessados em aprender, verdadeiramente, a língua, as falas e os gestos, notadamente aos que, mesmo desinteressados, se julgam aptos a representar seus concidadãos, porque, neste caso, se ganha muito mais legitimidade!
Por outro lado, observando as mobilizações, percebo, com frustração, que, diferentemente do gorjeio das aves, os protestos que aqui estridulam, estridulam mais que os de lá… E que, toda vez que volto à minha terra, tenho visto mais ação conjunta e disposição para o combate nas esteiras de bagagem de Cumbica, e tal espírito ‘solidário’ se torna ainda mais notável no trânsito a caminho da minha casa…
A mim, como brasileiro, conforta o fato de saber que tais males, que se aproveitam da liberdade individual permitida por todas as democracias, são células esparsas infiltradas no tecido ainda são e funcional, que, com tratamento adequado, se extirpa.
Em tempo: Acabei de notar que começaram a colocar portas com detector de metais nos bancos daqui de Gainesville… Será a fase da metástase?