A crise na zona do Euro, a maior fonte de desestabilização da economia mundial atualmente, ao contrário do que se esperava, prenuncia futuro mais crítico pela frente.
A saída da Grécia da União Europeia (EU) dada como certa, apesar de alguns ainda tentarem salvá-la nos seus últimos estertores, como o Ewald Nowotny, membro do conselho do Banco Central Europeu, o qual advertiu que seria um choque enorme, com consequências imprevisíveis para a estabilidade da EU.
Não há consenso sobre os resultados da tragédia grega, porém a posição da Alemanha, se não é a favor explicitamente, pelo menos já deixou claro que aceita o fato como natural, ou seja, um fenômeno de acomodação.
O semanário alemão Der Spiegel noticiou ontem que o governo está preparando um plano para estimular o crescimento da Europa, que será baseado em seis pontos, entre eles a criação de zonas econômicas especiais em países atingidos pela crise, para atrair investidores, com os impostos mais baixos (tipnews.info).
Ontem o euro afundou abaixo de US$ 1,25, o menor valor nos últimos 22 meses, e os rendimentos dos títulos do governo francês, para 10 anos, caíram para o nível recorde de 2,414%, e também os mesmos títulos apresentaram quedas históricas de 0,399% para 2 anos e 1,259 para 5 anos.
E aqui, como fica?
Segundo o Banco Central, nós tivemos uma entrada de US$ 3 bilhões em maio, o que representa uma redução de 36% em relação a abril desse ano e 24% menor do que maio do ano passado.
Na Bolsa de Valores também não é diferente, antes do final desse mês os estrangeiros venderam US$ 1,7 bilhões de ações brasileiras a mais do que compraram, a maior queda desde 2008 (O Estado de São Paulo).
A crise mundial chegou aqui como não poderia ser diferente e apesar da culpa não ser nossa, e o governo ter tomado as primeiras medidas acertadas aos olhos dos especialistas, no entanto, passa a impressão aos empresários e à população em geral que está um tanto atabalhoado, piorando o humor do mercado.
Se por um lado joga para os empresários a necessidade de aumentar o consumo, por outro, parte para ameaças, como bem disse Celso Ming, quando se refere aos banqueiros e ataca os juros e spreads bancários, ignorando a inadimplência, fruto do endividamento da população.
Pelo alto nível de nossa equipe econômica, o que o Brasil espera, antes de mais nada, é serenidade, o que vai demonstrar segurança e firmeza das medidas tomadas pelos responsáveis, mesmo que sejam urgentes.