A Argentina enfrenta hoje uma de suas piores crises econômicas, fruto de uma política populista e corrupta no pior estilo latino-americano.
Nos últimos meses foi encenada para o mundo, sem o mínimo pudor, uma crise quixotesca de prepotência e bravatas protagonizada pela Sra. Kirchner, que misturou a questão das Ilhas Malvinas, a perseguição sistemática à imprensa de seu país, a expropriação da YPF da Repsol espanhola e até um câncer que nunca existiu.
A União Europeia (EU) protocolou uma ação contra a Argentina na Organização Mundial do Comércio (OMC), devido as restrições platinas às importações, que violam regras internacionais.
Tal fato, claramente motivado pela recente apreensão dos ativos petrolíferos espanhóis, pelos quais a Repsol exige US$ 10 bilhões em compensações. Acresça-se ainda, a imensa perda de confiança dos investidores internacionais nas políticas econômicas do país.
O principal problema argentino é o aumento da importação de energia, que no ano passado foi de US$ 10 bilhões e este ano estima-se que deverá ser em torno de US$ 16 bilhões, problema que, na verdade, os responsáveis pela economia do país não sabem como resolver.
Esta semana o governo argentino foi obrigado a instituir medidas de controle do câmbio para evitar a fuga de divisas estrangeiras.
As pessoas físicas terão valores limitados para a compra de moeda estrangeira e além de necessitarem de autorização, deverão informar o destino, e se for para viagem, data, o motivo e para onde vão.
Em protesto por essa decisão, membros do Partido Liberal Libertário saíram às ruas de Buenos Aires vendendo dólar ostensivamente. O valor da moeda americana disparou no mercado paralelo, sendo cotada 30% acima do câmbio oficial.
Em matéria do economista Roberto Velasco (Jornal do Brasil), destaca-se que o Banco Interamericano para o Desenvolvimento (BID) considerou as políticas públicas argentinas de péssima qualidade em matéria de estabilidade, aplicação efetiva, coerência e eficiência, classificando-a como “baixa”, em comparação com a pontuação “alta” para o Brasil, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, México, Uruguai e Chile.
O descumprimento de compromissos internacionais é uma constante na história da Argentina, pois é o país com mais causas ativas no Centro Internacional de Arbitragem de Disputas sobre Investimentos (CIADI).
Como se pode ver claramente, o que acontece hoje na Argentina não é fato novo, muito pelo contrário, possui o amparo de longa tradição, mas no século XXI o mundo mudou, além de ter que manipular e conviver com uma das maiores crises econômicas mundiais, a persistência neste comportamento portenho arcaico poderá se transformar em um suicídio econômico e político de nossos vizinhos.