Catástrofe é um acontecimento desastroso de grande proporção, geralmente relacionado a fenômenos naturais, já chacina é o ato de matar várias pessoas ao mesmo tempo, uma forma de assassinato cruel e brutal. A mineradora Vale é especialista em chacinas, mas não age a sós. Foi assim em Mariana em 2015 com 19 mortos e agora em Brumadinho, até então 160 mortos, podendo chegar a mais de 300 vidas perdidas. Causado por ingerência, desrespeito, corrupção, conivência do poder público e dos órgãos fiscalizadores, aliás, como é comum no Brasil. Não são poucas as vezes que a nação fica estarrecida com holocaustos como de Brumadinho. Vejam o recente incêndio no Centro de Treinamento do Clube de Regatas Flamengo, que matou 10 adolescentes. Estavam habitando uma área que deveria ser um estacionamento. A diretoria do clube mandou condolências às famílias. Alguém ali já perdeu um filho adolescente? Nada diferente dos incêndios dos Edifícios Andraus em 1972 com 16 mortos, Joelma em 1974 com 188 mortos e Boate Kiss em 2013 com 242 mortos, todos sem licenças e estrutura preventiva, tudo fruto do capitalismo selvagem e de um poder público corrupto, podre e insensível. Nossa nação está doente, os brasileiros deixaram sua essência fraterna e solidária evaporar ao longo dos anos. Muitos direitos, poucas obrigações, famílias destruídas, religião trocada por doutrinas televisivas, o papo familiar trocado por teclas de um smartphone numa rede social. Ao assistir as últimas eleições nos enchemos de esperança, mas levará décadas, isso se tudo começar ser reconstruído hoje. O velhos políticos insistem em perdurar com a velha política do “troca troca”. Existe uma luta em curso, os novos agentes que crêem num País Republicano e democrata versus os velhos agentes acostumados com essa porcaria de política que resulta em pilhas de cadáveres. Nesse cenário entra em cena o governo de Jair Bolsonaro, como já previsto, com dificuldades de todas as ordens, cercado de “velhas raposas que não largam o osso”, lutando contra os que promovem os bons ventos das mudanças. Um projeto de País misturado com corrupção não é sustentável, porém venho percebendo que parte dos brasileiros já não a toleram. Há pouco assistimos o Senador Cangaceiro Renan Calheiros ser expulso da presidência do Senado, ação absolutamente patrocinada pelo clamor popular. Quantos mortos ainda empilharemos enquanto não nos livrarmos do câncer que nossa nação está acometida?