Copa, namoro ou arranca-rabo?

Nesse 12 de junho, o brasileiro se verá em papos de aranha (papo mesmo, que palpo é eruditismo de aracnologista pedante…).

Feriado por decreto do prefeito paulistano, a quinta-feira gorda celebra o dia dos namorados e a abertura dos jogos da Copa do Mundo (e da FIFA) de Futebol Amador – hoje sem nenhum resquício do amadorismo romântico de outrora – com o jogo Brasil versus Croácia, no chamado Itaquerão.

De um jeito ou de outro, os promotores desse megaevento – com a cumplicidade dos posseiros correntes da terra do pau-brasil e a transparência de cristal do copo de requeijão – darão o tiro de largada, esperando que não seja o de misericórdia na sua prática interminável da pilhagem, esperança com que, aparentemente, a galera não concorda …

Que vença o melhor, no sentido menos deturpado da palavra, principalmente depois do rolar da pelota no grande circo!

Em todo caso, nessa quinta vindoura, eu, se tivesse que escolher, tiraria o dia pra namorar.

No dia seguinte, com o coração batendo mais forte, revigorado – e com a ajuda de Santo Antonio! – reiniciaria a peleja mais importante, com mais disposição e na mais patriótica das intenções, na qual vença um Brasil melhor, pelo seu desempenho nos bastidores da ribalta…

A Copa do “soccer”, desprovida das bênçãos de Nice, a deusa grega do esporte – que se tornou Nike, empresária muito bem sucedida –  e desamparada pela romana Victoria, acabou virando uma jogatina comercial inócua – se não maléfica – pra maioria dos excluídos da festa e da dignidade da cidadania, promovidos a simples bobos da corte da aldeia global!