O DIA DO PROFESSOR

Quem não tem pelo menos um professor em sua história que marcou fortemente a
vida? Poderia citar vários que nortearam a minha. Faz 33 anos que tornei-me
professor. Iniciei no Colégio Técnico Industrial, o Gandra. Ali tive a
honra de substituir o Prof. Orozimbo depois de sua aposentadoria. Estive ao
lado de ícones como os Profs. Silveira, Esdras, Neylor, Cereser e outros.
Depois de uma vida dedicada ao magistério, reconheço a importância de meus
mestres em minha existência. Precisaria de um livro para homenagear os
amados professores, e ainda cometeria injustiças ao esquecer nomes. Hoje em
dia, apesar da presidente Dilma propagandear o “Brasil, Pátria Educadora”
com otimismo e causar a impressão de que tudo está certo, ainda não há muito
a comemorar na educação. A condenação à escuridão intelectual que estamos
impondo às crianças brasileiras, por falta de melhor escolarização, talvez
seja a mais cruel das penalidades, porque atinge não apenas elas próprias,
como também o País em que viverão quando se tornarem adultas. Nem o mais
desumano entre os códigos penais conseguiu a proeza de inserir em seu rol
este castigo. A ignorância, nada surpreendente, que o mundo exterior começa
a conhecer de nosso país deve ser motivo de vergonha para nós todos, mas,
especialmente, para os governantes, que se mostram preocupados em olhar mais
para o próprio umbigo do que para a nossa realidade, extasiados com eles
mesmos e propagando a toda hora, fundados em estatísticas bem manipuladas,
que Deus é brasileiro e o Brasil caminha às mil maravilhas. Numa visão das
mais forçadas, é reconhecer que o Brasil de hoje já é a clara conseqüência
do descaso com que foi tratada a educação desde há décadas. A coragem com
que a Coréia do Sul, destroçada por uma guerra, se dispõe a resolver o
problema – e o resolveu – deveria ser um exemplo para os nossos governantes.
Enfim, não pode estar bem um país onde a grande maioria das pessoas vive na
escuridão de conhecimentos, prestando-se, sem ter consciência disso, a
sufragar nas eleições políticos que acabam disputando as manchetes com os
piores criminosos. Cidadãos instruídos não se deixam iludir por alguns
trocados. Estamos vivendo um momento especial, o País está sendo passado a
limpo. O Brasil não é “Pátria Educadora” e nem um “País de Todos” como
alardeia o governo, educação de qualidade e voto consciente o farão.