FAMÍLIAS EMPREENDEDORAS ARROGANTES

“Vamos – disseram – construamos para nós uma cidade e uma torre cujo cume atinja o céu. Conquistaremos para nós um nome, a fim de não sermos dispersos sobre toda a superfície da terra” – eis o que o Gênesis descreve sobre os filhos de Adão que quiseram construir a Torre de Babel. E o Senhor, que desceu para ver a cidade e a torre, disse: “Vamos, desçamos e confundamos a língua deles, que não se entendam mais entre si”. O Projeto da Torre de Babel foi motivado pela soberba e a tentação de impor uma unicidade política e religiosa, aniquilando com a sinergia e a compreensão. A arrogância contém a idéia de superioridade. Necessariamente traz o desentendimento e afasta as empresas familiares do sucesso. O empresário arrogante se julga muito importante, criando problemas para si mesmo. Posso citar o exemplo do fundador empresário que quando atacado pela soberba e convencido da superioridade da sua empresa, afasta-se dos clientes, subestima os concorrentes, menospreza a contribuição dos empregados. Por isso, toma decisões que poderão ao longo do tempo colocar a empresa em risco. Quanta são as grandes e notáveis empresas familiares do passado que hoje são apenas lembranças? Babel ensina também que desejar impor uma língua e os valores próprios é um erro. A diversidade faz bem e hoje alguns empresários já compreenderam isso. É importante compreender o outro, com sua língua e com suas idéias, pois assim podemos também ser compreendidos. Assim, tudo se torna mais sólido. Se o Senhor quis que os homens falassem diversas línguas, isso pode não ter sido mero castigo. Foram castigados justamente porque a base de seu desentendimento era a arrogância. O ato do Senhor pode ser visto também como uma aprovação da variedade. Reconhecer a diversidade, aceitar as diferenças é condição para o sucesso empresarial. Assim, quem almeja e sucesso empresarial é bom deixar de lado os preconceitos contra minorias, contra os que têm ideias diferentes, contra os que veem as coisas por outro ângulo. A construção de Babel foi interrompida por desentendimento, mas a aceitação das diferenças pode pôr os desiguais em condições de realizar, em comunhão, uma obra de valor.