Jason versus Freddy

Neste domingo sem horário de verão e sem maratona na arenosa e caótica New York City, em dias de fúria por penúria de luz, energia e combustível, os transeuntes nova-iorquinos revelam mais interesse no porto-riquenho Reggie Brown, sósia e personificador de Obama, e no americano Mike Cote, imitador de Romney, do que nas eleições e seus personagens reais…

A menos de três dias do pleito e com 25 milhões de eleitores já tendo antecipado o seu voto – estima-se que 35% do eleitorado votará antes do dia 06, totalizando mais de 50 milhões de americanos – os candidatos se concentram na demonização mútua e irrestrita, com o eleitor indeciso na alça de mira.

Desta vez, a estratégia é a do medo vencendo a esperança.

Parece que os experts de ambas as campanhas decidiram que o indeciso só pode ser curado pelo receio do fim do mundo – representado pelo oponente – eis que a esperança de dias melhores prometida nas agendas provou ser ineficaz, independentemente da preferência partidária, aqui cada vez mais independente…

O aparente perfil do hesitante cherokee é o daquele que acredita no milagre do seu deus, mas tem muito medo da maldição do pagé!

Com a agressividade crescendo na razão inversa do nível, as propagandas na mídia têm, literalmente, assustado criancinhas, haja vista aquela recente imagem da menininha (Abigael Evans) chorando no Youtube porque não aguenta mais ouvir falar de “Bronco Bamma” e Mitt Romney!

Apesar das diferenças tornadas claras pelos candidatos – com e, principalmente, sem intenção! – ao longo de suas campanhas, ainda existe um percentual importante de irresolutos que, se conquistados, determinarão quem será o inquilino da Casa Branca nos próximos quatro anos.

Isto porque, diante de pesquisas que indicam empate técnico na América simetricamente dividida, o voto de qualquer eleitor pode ser o de Minerva

Eu, decidido convicto, já fui antecipar a minha contribuição – pegando fila e pagando mico com mesário oportunista – com medo de que alguém me fizesse mudar de ideia!

E, antes que me perguntem, fui imbuído da esperança de que o atual ocupante do cargo de homem mais poderoso do planeta, por ter se revelado amigo do cara, digo, do Lula, possa o vir a ser também da Dilma e de todos os brasileiros…