MORTOS PELO PRÓPRIO VENENO

Ficou evidente no programa político do Partido dos Trabalhadores (PT) de
16/05/14 qual será o nível da campanha presidencial. Em mensagens
sublinhares instituíram dois motes. O primeiro é a divisão do Brasil em duas
classes sociais; os abastados e do lado do mal, e os menos favorecidos e
do lado do bem. Tal estratégia certamente não fará bem para unidade
nacional. O segundo mote remete a “demonização” de uma eventual alternância
do poder. O programa mostrava pessoas cabisbaixas e infeliz com desemprego,
conflitos, em fim, tudo provocado por uma eventual troca de governo.
Analisando as razões que levariam o PT a esse nível de campanha antes das
disputas de outubro, concluo que contam com a possibilidade de uma
catástrofe organizacional na Copa do Mundo Brasil da FIFA 2014, e a
eventual desaprovação popular. De fato as notícias são as piores possíveis.
Parece que o PT perdeu o controle sobre os sindicatos e os movimentos
sociais que poderão dar o ar da graça em pleno evento. Em entrevista
coletiva a Presidente Dilma pediu que os brasileiros tratem bem os turistas
que vierem ao Brasil para participar da Copa do Mundo. Ela está certa, mas
me digam, e os brasileiros que são maltratados diariamente? Escândalos cada
vez maiores, corrupção corrente, desmandos e políticas atrapalhadas são
acontecimento impregnados no governo federal. Como Dilma controlará a
voracidade dos sindicatos e dos movimentos sociais que enxergam a Copa do
Mundo como uma vitrine para mais de 3 bilhões de telespectadores e portanto
com altíssimo poder de chantagem e convencimento. Depois da Copa do Mundo,
a partir de agosto, todas as atenções estarão voltadas para as eleições.
Haverá pouco tempo para um efetivo debate sobre os temas maiores que
afetarão a economia, políticas sociais, meio ambiente e políticas externam e
de comércio exterior no próximo governo a partir de 2015. Por isso, parece
oportuno que alguns temas comecem a ser discutidos para influir nos
programas dos futuros candidatos. Por exemplo, como reverter os efeitos
dessa República Sindical? Como desimpregnar a máquina público das nefastas
conseqüências do clientelismo, do nepostismo, do “cabide de empregos” que se
transformou o funcionalismo federal. Quantos anos levarão para podermos
filtrar o ranço que devasta a estrutura política nacional, transformando
nossa democracia em uma quase ditadura de esquerda? O viés ideológico
imposto à nossa política externa está isolando o Brasil do mundo. Demos as
costas para importantes nações democráticas e abraçamos regimes de clara
inclinação totalitária. Como reintegrar o Brasil no mundo? Importantes
reflexões para as urnas de outubro. Quanto a Copa … será apenas um circo
para o povo.