O IBGE informa que a economia brasileira cresceu 1,5% no segundo trimestre em relação ao primeiro, levando a estimativa da variação do PIB anual em 2013 a um número positivo entre 2% e 2,5%…
No composto vitaminado pro crescimento, as exportações – graças à desvalorização do real e ao excesso de soja – contribuíram com 6,9%.
A agropecuária, usufruindo das mesmas graças, entrou com 3,9%.
O investimento, notadamente o do dólar – que passou a ter mais reais – cooperou com 3,6%.
O setor industrial – basicamente o de máquinas e equipamentos, bem como o dos automóveis parados nas ruas – colaborou com 2%.
Já os serviços e o consumo interno foram mais modestos, com 0,8% e 0,3%, respectivamente, de participação.
Apesar dos critérios de apuração dos números serem diferentes e, portanto, passíveis de controvérsia nas relativas comparações, em cenários em que volumes ou valores obtidos impressionam mais ou menos, dependendo de onde – e por quem – como tais sejam contemplados, depreende-se dos dados que o fato do Brasil não ser uma ilha ajudou bastante…
A vizinhança terrestre ainda mostra prosperidade (pelo menos no PIB); a China, embora mais modestamente, continua crescendo; a União Europeia voltou ao azul depois de dois anos no vermelho.
E o tio Sam – herói e carrasco da economia mundial – continua a crescer, a ponto de considerar viável o fim do dinheiro abundante e barato, há vários anos usado como instrumento de estímulo à produção e ao consumo, num mercado em que o fantasma da inflação não é tão fatalmente atraído pelo baixo preço e a consequente aceleração no consumo como no brasileiro.
Aliás, o mercado americano me dá a impressão de que nas empresas, mais do que aniquilar a concorrência, a ideia é que a área comercial arrase também a financeira, considerada sem tino comercial pela turma autófaga do departamento de vendas…
E dá-lhe lucro endividado!
O Brasil precisa progredir, não só pra acompanhar seu crescimento demográfico, mas também pra melhorar urgentemente a qualidade de vida dos seus agora mais de 200 milhões de cidadãos.
Contudo, o país vive o eterno dilema: aumentar a remuneração do capital que precisa atrair – elevando os juros – e penalizar a fartura e o consumo via produtor tomador, eis que consumir faria crescer gente e PIB…
Em termos de juros, se baixar pra estimular a produção e o consumo interno, a inflação pega; se subir pra favorecer a entrada do dinheiro de fora, a carestia doméstica come, isto é, não come!
Como agravante, o setor produtivo tupiniquim parece ter combinado e se viciado em capacidade ociosa, que varia de acordo com a demanda a ser reprimida, via preço inflacionado: se estão comprando muito, aumenta-se o preço e não a produção/oferta.
Se o “boca de rancho” quiser repetir o prato racionado, vai pagar mais caro, porque, no frigir dos ovos, deve ser uma estratégia mais lucrativa – no demonstrativo de resultados da empresa e na arrecadação do governo – do que simplesmente colocar mais água no feijão, como queria o papa…