O RECADO FOI DADO

A mobilização civil do último domingo 15 de março, exatamente no dia que
nossa nova democracia completou 30 anos, entrará para história do Brasil,
como entrou o movimento pelas “Diretas Já” de 1983 e 84, o movimento
estudantil dos “Cara Pintadas” em 1992. No domingo, mais de 1,2 milhões de
brasileiros mostraram seu descontentamento com o governo Dilma Rousseff.
Ninguém mais tolera o desgoverno, a corrupção, os métodos não republicanos
com que Dilma e a base aliada conduz o País. As redes sociais foram o
instrumento que tornou possível tanta gente, de tantos lugares se
manifestarem ao mesmo tempo. Estamos vivendo uma Revolução Cultural como a
de 1968 ou o equivalente a queda da Bolsa de Nova York em 1929. Em 1968 os
protestos se espalharam pelo mundo, mas a velocidade das notícias era muito
menor. Na quebra da bolsa em 1929 não só as notícias eram raras, como a
compreensão era difícil. Hoje com a acessibilidade e a conectividade nas
próprias mãos, já que fica fácil ter um celular, todos participam das redes
sociais e assim ficam sempre ao par das coisas em tempo real. Os políticos
que apostam na desinformação se darão mal. Esse método centenário de
dispersar as más notícias, tão usado pelo governo Lula e Dilma, começa ficar
no passado. Ninguém mais consegue passar ileso as redes sociais, e no estado
que o Brasil se encontra, se tornarão cada vez mais frequentes as
manifestações populares de inconformismo. Estudando a história, no
impeachmente de Collor em 1992 a situação era outra. Collor não tinha
partido, Dilma tem o mais importante e robusto da república, Collor
governava com amigos, Dilma tem uma base aliada faminta e bem definida,
havia uma prova indiscutível de improbidade contra Collor e contra Dilma
nada. Nossa presidente é grosseira com a política e se cerca de
incompetentes que nunca a contrapõe. Mesmo com o PT, sendo poderoso, o
primeiro escalão de Dilma é inexpressivo. Os Ministros Aloizio Mercadante
(Casa Civil), Miguel Rossetto (Secretaria Geral da Presidência), Pepe Vargas
(Relações Institucionais), Jaques Wagner (Defesa), José Eduardo Cardozo
(Justiça) e Ricardo Berzoini (Comunicações) são encrenqueiros e não
articuladores. Caso não haja um aceno claro com mudanças imediatas, Dilma
Rousseff não terminará seu mandato. O povo acordou, clama por mudanças
imediatas e como noutro artigo mencionei, o recado vem das ruas que não mais
tem nome próprio, simplesmente democracia.